Como sempre fazia só que dessa vez uma novidade.
Ela descobriu um edifício, em uma ruela, de pássaros e árvores.
Alto, magro e com pinturas em suas janelas.
Ontem ela abriu aquelas janelas generosas
Espiou suas salas claras
Estavam todas cheias de coisas, livros e lembranças.
Malas abarrotadas
Em cima de uma delas, um pássaro
Que fez dez anos quatro vezes.
Hoje ela andou pelos seus corredores
Seus olhos apertadinhos
Diminuíram ainda mais se protegendo de tanta luz
Andando devagar, com curiosidade e timidez.
Percebeu uma porta no meio de outras tantas
Mas em sua maçaneta havia um brilho
Um rastro de alguém que tentara abri-la
A menina conseguiu abrir com muita dificuldade
E ao correr o olhar pela sala, se espantou.
Pois não havia nada além de um vaso com terra úmida e sem planta
Mas logo seus olhos diminuíram outra vez, agora por causa de um sorriso.
Escolheu dentro de seu saco uma semente, aquela que lhe era mais preciosa.
Com seus dedos abriu um furo na terra e pôs a semente para dormir.
Amanhã ela voltará para regá-la
Até que dê seus próprios frutos.
Lorene Zacarias
(para um amigo et-ED)
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